Campo das Ciências: Saberes e Práticas

 Divulgação do conhecimento científico. Por que é importante divulgar a ciência?

Profa. Dra. Talita Fontoura Alvez. Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC


A Dra. Talita chama a atenção para a importância de estudar nas universidades públicas da Bahia. Questiona por qual razão as pessoas iriam divulgar alguma coisa, qual a necessidade dessa coisa e onde encontrar essa coisa.

Para a professora, a maioria da população fala daquilo que vê e sente. Enquanto isso, a ciência, não é muito óbvia. Vale ressaltar, que a vacina no Brasil começou em Manguinhos entre os anos de 1903 e 1904.

Nesse contexto, o conhecimento gerado pela ciência pode estar em locais não muito óbvio. A autora vai afirmar, que o conhecimento não parece muito óbvio para as pessoas que se encontram fora dos muros das universidades.

Nesse viés, compreende-se que o investimento do Brasil em pesquisa e desenvolvimento, hoje é apenas meio por cento (0,5%) do PIB. Enquanto a Coreia do Sul, investe cinco por cento (5%) em pesquisa e desenvolvimento. De acordo com a autora, “quem tem o conhecimento, isto é, os países que possui o conhecimento e que trabalham bem, investem bem, com esse conhecimento que é gerado dentro das universidades, produz riqueza”.

Vale ressaltar que, para isso acontecer, existem algumas condições para que a ciência e o conhecimento possam ser gerados. Precisa de tempo - requer curiosidade – conhecer o método científico. Conforme a professora, essas condições e os métodos são de grande importância para que a ciência e o conhecimento possam ser gerados, e assim, as universidades produzam riquezas para o país.

Entende-se que gerar conhecimento e ciência é possível, porque existe um conjunto de produtos (ou serviços) que são essenciais para a população, que só podem ser feitos com qualidade. Para a autora, existe um conjunto enorme de produtos e processos que raramente são prontamente percebidos pela população em geral. No entanto, o conhecimento embutido nestes processos e produtos precisam ser pensados para que eventualmente possam ser transformados para o bem comum.

Neste contexto, surge o questionamento: como e onde fazer divulgação científica?

Diante disso, a Dra. Talita vai dizer que a divulgação científica teve início a décadas. A autora cita José Reis como um dos pioneiros no processo da divulgação científica. José Reis, pesquisador carioca é considerado o pai da divulgação científica. Pelo reconhecimento de seu trabalho, recebe o Prêmio de Divulgação Científica José Reis, pelo CNPq. Deu início ao jornalismo científico. Teve participação importante na parte de jornalismo científico no Brasil.

De acordo com Fontoura, hoje várias universidades como a USP, a UNICAMP, a UFRJ, lidam com a formação de comunicadores, lidam com designe, cor e como passar essas informações acadêmicas para a população em geral. Nessa visão, a autora reforça que existe vários cursos em comunicação e jornalismo voltados para essa temática.

A divulgação científica também é feita por meio de revistas e periódicos, como a Revista Ciência Hoje, a Revista Superinteressante, disponíveis em plataformas próprias na internet. Outra maneira de divulgar ciência, é na prática. Os professores e/ou pesquisadores podem levar os estudantes para visitar as universidades, e apresentar os espaços científicos para esses estudantes, nas próprias universidades. Trazer os alunos para dentro das universidades e, apresentar os trabalhos, as diferentes formas de fazer ciência e os trabalhos de pesquisa cientifica das universidades.

É importante complementar que, nas várias universidades tem atividades rotineiras dos diferentes âmbitos. As universidades oferecem atividades para alunos e as comunidades poderem ver, sentir, olhar como é uma universidade por dentro, e como funciona, poder conhecer, saber lidar com as escolhas profissionais quando saírem do ensino médio.

Concomitante a essas possibilidades que as universidades disponibilizam para a divulgação da ciência e do conhecimento, cabe frisar, como é, e onde fazer essa divulgação. Nesse ínterim, esse modo de como e onde fazer, começou muito antes da internet e da pandemia do COVID-19.  Nessa perspectiva, com a chegada da pandemia ocorreu um grande movimento em tudo, ou seja, chacoalhou tudo e todos, os indivíduos, as universidades, as grandes e pequenas empresas nas diferentes sociedades do mundo.

Diante desses impactos causados pela pandemia, as universidades precisaram se reinventar, novas maneiras e modos de como e onde fazer a divulgação científica. Como as pessoas iriam para as universidades? De acordo com a autora, os museus, as coleções científicas que as universidades federais possuem, tiveram que se refazer. No entanto, se as pessoas não poderão ir para as universidades por causa da pandemia e, para não se aglomerarem, foi preciso essas universidades criarem estratégias para entrar nas casas das pessoas e, mostrar de uma outra maneira o que se tem dentro das universidades.

Dessa forma, as universidades criaram os museus virtuais. Como exemplos desses museus, a Dra. Talita cita o Museu do Amanhã – Rio de Janeiro, o Museu Câmara Cascudo – Rio Grande do Norte, disponíveis na internet. Outros meios utilizados para fazer a divulgação científica, foram os encontros virtuais. Junto com essa evolução dos museus, das universidades, dos professores, chega aos pesquisadores, que mais agudamente em 2020, tiveram um trabalho quintuplicado.

Por fim, a autora conclui que, mostrar para a população sobre um trabalho da academia, da ciência, e, o quê, pode ser feito para o bem da população, teve que ser mostrado em alto e bom som. E uma das maneiras pelas quais os pesquisadores descobriram e utilizaram esse meio, foi a internet.

Corroborando com o que Fontoura apresentou, podemos considerar que no decorrer da pandemia, os meios de comunicação virtuais têm sido de fundamental importância para a divulgação científica atualmente. Fazendo os encontros virtuais, disponíveis em plataformas virtuais, Youtube, Telegram, Instagram, Facebook, WhatsApp. Possibilitando o acesso de muita gente e, de várias localidades e lugares diferentes. Esses encontros de divulgação científica estão disponíveis nas plataformas virtuais, principalmente nos canais do YouTube. Projetos de ação continuada, entre várias outras formas de traduzir e divulgar o conhecimento científico.

Palestrante: Dra. Talita Fontoura Alvez. Graduada em Biologia – Universidade Santa Úrsula, Me. em Ecologia – UFRJ, Dra. em Ecologia – UNICAMP, Professora Titular da Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC. A professora é notável pela a descoberta e nomeação de Quesnelia alborosea, uma planta da família Bromeliaceae nativa da Bahia e discutiu sobre a importância da divulgação científica. 

Referência:

DIVULGAÇÃO do conhecimento científico. Por que é importante divulgar a ciência? [S. l.]: Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC. Geotecnologias na rede, 20 set. 2021. 1 vídeo (1h:27min:50seg). [Live]. Disponível em: https://www.youtu.be/qyNtve3Yf4w. Acesso em: 20 set. 2021. Palestrante: Dra. Talita Fontoura Alvez, participação do prof. Maurício Farias Couto.

Roberto Carlos Ferreira Batista: Acadêmico do curso de graduação LI - Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, da Universidade Federal do Sul da Bahia – UFSB, Campus Jorge Amado, Itabuna/BA.

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