Universidade e Sociedade
Ensinar é uma especificidade humana
Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa / Paulo Freire. – Ed. 25º. São Paulo: Paz e Terra, 1996, impresso Brasil 2002. – (Coleção Leitura)
Ensinar
é uma tarefa que exige diversos recursos, desde a segurança em sala de aula, a
competência profissional e complementando com a generosidade. É a partir da
segurança que o docente move a sua autoridade, mas que pode implicar em uma
outra, esta, por sua vez, reflete na sua competência profissional. Para Freire
(1996), o professor precisa estudar, se esforçar de tal relevância que possa
exercer força moral para coordenar suas atividades na classe. O professor
precisa ser comprometido com o ensino de maneira que seja possível exercer suas
atividades como se fosse para consigo mesmo. Segundo Freire (1996), no ensinar
é preciso compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo e que
nesse processo, o conhecimento dos conteúdos, implica no esforço de reprodução
da ideologia e também no seu desmascaramento. Para resolver o problema da
tensão entre liberdade e autoridade, o professor precisa optar pela forma
democrática. O educador ou a educadora que optarem pela democracia, seja
assumida eticamente pela liberdade. Na prática docente exige a necessidade da
criação de virtudes coerentes nas tomadas de decisões de maneira consciente e
deliberada no processo de constituição e da solidez da autonomia do ser do
educando. Deve-se aprender o respeito aos educadores (a) e aos educandos independentemente
do tipo de escola, se particular ou pública. Um educador precisa saber e/ou
aprender escutar. Esta é uma condição que somente quem escuta paciente e
criticamente aprende a escutar para poder falar como é falar impositivamente. O
educador precisa ter disponibilidade para reconhecer e estar aberto para o
diálogo. Porque, na prática educativa do professor (a) é o que diz respeito a
força do que pensamos da ideologia. É no respeito às diferenças entre educador
e educando, e na coerência entre o que se faz e o que se diz no encontro com
eles ou com elas. Viver a disponibilidade para com a realidade sem segurança,
se torna impossível. Para concluir, o autor salienta que afetividade não se
acha excluída da cognoscibilidade e, que a mesma não interfira no cumprimento
ético do dever de professor no exercício de sua autoridade. A educação não pode
ser entendida como uma experiência fria, sem alma, sentimentos, emoções,
desejos e sonhos que possam ser reprimidos.
Referências:
FREIRE, Paulo. Pedagogia
da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Ensinar é uma
especificidade humana. Ed. 25º. São Paulo: Paz e Terra, 1996, impresso no
Brasil 2002, cap. 3, p. 36-52. (Coleção Leitura).
Primeiras palavras - Pedagogia da autonomia, de Paulo Freire (Parte 1)
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